terça-feira, 30 de agosto de 2011

Modernismo - Resumo

Momento sócio-cultural
. As máquinas e o ritmo acelerado da civilização industrial se incorporavam à paisagem brasileira.
. Problemas sociais antigos continuam sem solução, produzindo tensões e conflitos graves. Os meios intelectuais sentem que é preciso reformar o Brasil, mergulhado em uma contradição grave: ao mesmo tempo em que se modernizava, mantinha uma organização social arcaica.


Características literárias
. A 1ª fase é a de ruptura com o passado. Humor, uso do coloquial, primitivismo, vanguardas, tudo é válido para criar uma literatura em sintonia com os novos tempos.
. Na 2ª fase se estabelecem o romance regionalista, que retrata uma certa região do país, e a prosa intimista, que estuda o homem urbano.
. A 3ª fase nega algumas das propostas da 1ª e retoma o uso cuidadoso e consciente da palavra. O número de correntes literárias cresce, o que torna difícil de classificar esta fase.

Autores e obras


. Mário de Andrade: deixou uma obra vasta e muito influente, onde os destaques são Pauliceia Desvairada (1922), Macunaíma (1928), Contos Novos (1946), Lira Paulistana (1946).
. Oswald de Andrade: incorporou elementos das vanguardas européias em seus poemas. Escreveu Memórias Sentimentais de João Miramar (1924), Pau Brasil (1925), Serafim Ponte Grande (1933), O Rei da Vela (1937).
. Manuel Bandeira: deixou obra lírica, precisa e simples, mas muito bem construída. Destacam-se Libertinagem (1930), Estrela da Manhã (1936), Itinerário de Pasárgada (1954), Estrela da Vida Inteira (1966).
. Graciliano Ramos: expoente do romance regional e de análise psicológica. Principais obras: São Bernardo (1934), Angústia (1936), Vidas Secas (1938). Memórias do Cárcere (1953).
. Carlos Drummond de Andrade: considerado um dos maiores poetas da literatura brasileira, deixou obra que expressa a angústia do homem contemporâneo. Destaques: Alguma Poesia (1930), Sentimento do Mundo (1940), A Rosa do Povo (1945), Claro Enigma (1951), Boitempo (1968).
. João Cabral de Melo Neto: deixou obra sem exageros sentimentais, precisa e seca. Destaques: Pedra do Sono (1942), O Cão sem Plumas (1950), Morte e Vida Severina (1956), Museu de Tudo (1975).
. Clarice Lispector: autora de obra voltada ao intimismo e ao mergulho na psique dos personagens. Principais obras: A Cidade Sitiada (1949), A Paixão segundo G.H. (1964), Água Viva (1973), A Via-Crucis do Corpo (1974), A Hora da Estrela (1977).
. Guimarães Rosa: usando o sertão mineiro como cenário, criou obra que investiga temas universais. Destaques: Sagarana (1946), Corpo de Baile (1956), Grande Sertão: Veredas (1956), Tutaméia (Terceiras Estórias) (1967).

In: Manual da literatura:literatura portuguesa /literatura brasileira. Teresinha de Oliveira Ledo. DCL, 2001. Pg.291.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

LUCÍOLA - Jose de Alencar



A obra
Lucíola é obra central dentro da vertente dita urbana na obra de José de Alencar. Trata-se das desventuras de um jovem provinciano, Paulo, que chega ao Rio para estudar Direito. Guiado por Sá, um homem de livre trânsito na sociedade (vale lembrar a famosa festa na casa do Sá), Paulo conhecerá Lúcia, uma das mais famosas cortesãs de sua época. Como é comum nos romances românticos, haverá entre Paulo e Lúcia uma paixão fulminante.
Depois de inúmeras complicações, não podemos esquecer que o livro guarda as características do folhetim europeu, os dois estabelecerão uma relação estável, mas, para que isso fosse possível, Lúcia teve de passar por um processo de purificação, eliminando o aspecto físico da equação amorosa e revelando a Paulo seu passado puro, quando se chamava Maria da Glória, antes de ter de se prostituir para salvar sua família da indigência produzida por um surto de febre amarela. Ao descobrir, porém, o que a filha fizera para que sobrevivessem, o pai a expulsa de casa. Para poupá-los da vergonha, Maria da Glória se passa por morta, adotando o nome de Lúcia.
Apesar disso, não interrompe o contato com os familiares, financiando a educação da irmã, Ana, a fim de que esta possa fazer um bom casamento burguês,ao contrário dela. O desfecho da história se dá com a morte de Lúcia, depois de um aborto natural.Tudo o que aconteceu é contado por Paulo à senhora G.M., uma velha dama da sociedade que serve de leitora-editora do livro que nós conhecemos como Lucíola.

Como ler
✔ Importância do livro: ao lado de Senhora, é o mais bem acabado dos perfis femininos da obra de Alencar.
✔ O que o vestibulando deve observar: a importante função da senhora G. M., confidente de Paulo, que garantirá como recurso literário que a moral da narrativa será mantida para outras leitoras (lemos o que ela leu e aprovou) e também a intenção – dentro do livro – de Paulo provar a pureza de seus sentimentos. E ainda a solução moralizante do livro. Lúcia era uma cortesã, ou seja, uma criatura que podia vender o próprio corpo, ainda que se visse, por vezes, como um bem público. De todo modo, dispunha de uma liberdade que as mulheres burguesas, submetidas a um senhor patriarcal, não possuíam. Se ela pudesse ser sexualmente livre e também fazer um casamento burguês com Paulo, teríamos uma afronta intolerável aos padrões comportamentais do século 19.
✔ Dificuldade do livro: a obra não apresenta nenhuma dificuldade marcante. O vocabulário é acessível, e a trama, bastante convencional. É preciso atentar para os detalhes de enredo.
✔ Como entender o personagem principal: O livro marca um processo de aprendizagem para o protagonista Paulo. De jovem provinciano, ele deve passar a figura importante na sociedade carioca. A ingenuidade com que se entrega ao amor pela cortesã Lúcia logo é condenada por Sá e pelos demais personagens, como Cunha, por exemplo. A perda de Lúcia, a impossibilidade deste amor, leva-o ao amadurecimento. Observar a transformação-purificação de Lúcia. De cortesã sedutora e ousada ela passa quase a um caráter de freira, lavando literalmente o corpo de todo o pecado. Ao retornar à personalidade de Maria da Glória, no entanto, já não poderá ter com Paulo as relações completas de um amor romântico, dando-nos a impressão, ao final do livro, que na casinha que dividem com Ana no subúrbio vivem uma relação fraternal.

Pesquisado de http://wp.clicrbs.com.br/clicvestibular/category/estudos/, em 02/08/2011.