terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Literatura Suméria


Em meados do século XIX, um jovem aventureiro inglês com vocação para arqueólogo, Henry Layard, descobriu a existência de uma grande biblioteca na cidade assíria de Nínive. Continha dezenas de milhares de pequenas tábuas de argila, prolixamente gravadas com escrita cuneiforme de cerca de 700 a.C. Essas tábuas resumiam a ocupação e o pensar dos povos que habitaram a Mesopotâmia. Os sumérios não somente haviam criado a escritura, mas também uma literatura de características singulares.

A BIBLIOTECA DE NÍNIVE
Tais tábuas continham um mundo intelectual ignorado por mais de um milênio: temas de gramática, listas de cidades; tratados de matemática, astronomia e medicina; livros de magia, religião, arte, história e literatura. Neste último campo se descobriu aquela que atualmente é considerada a obra narrativa mais antiga da humanidade, A epopéia de Gilgamesh, um rei e um semideus que empreende uma longa viagem em busca da imortalidade e trava combates em companhia de seu amigo Enkidu.

O DILÚVIO ANTECIPADO
Uma das maiores surpresas que ofereceu o descobrimento das tábuas sumérias foi que o dilúvio universal e a salvação de Noé, junto com sua família e as espécies animais, tinham um antecedente praticamente calcado naquela literatura. Não só Gligamesh fala de um dilúvio universal do qual se salvou unicamente Utnapishtim, a quem o deus das águas lhe disse que fizesse uma barcaça e pusesse nela uma semente de cada coisa vivente porque os deuses haviam decidido exterminar a humanidade inundando a Terra. Também as tábuas de Nipur e de Níneve reiteram a história que muitos séculos depois aparece no Gênesis.

A ESCRITA CUNEIFORME
Nascida da necessidade de anotar o resultado das colheitas e algumas operações comerciais, a escritura cuneiforme, em forma de cunha desenhada sobre pranchas de argila, determina o começo da história. A possibilidade de transmitir às gerações seguintes desde simples conselhos agrícolas até normas éticas representou um enorme salto ao futuro. As escolas, ou edubbas, ocuparam-se de ensinar e difundir a escritura exercitando os futuros escribas no uso do cálamo, uma espécie de entalhador que traçava sobre argila úmida as palavras que até esse momento haviam sido patrimônio da tradição oral.

DE GIOVANI, Fernando. Atlas de literatura. São Paulo: Escala Educacional, 2007, pg. 38-39.

Um comentário:

  1. Tudo bem Valéria, me chamo Alessandro, bem interessante esse assunto, muito bem explicado por você também, você poderia dar uma continuação, já conheço esse tema tembém, mais pelo jeito que você iniciou e levou o texto está de parabéns, muito bem feito, então é iso, logo

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