segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Guimarães Rosa - Manuelzão e Miguilim


RESUMO

Manuelzão e Muguilim, assim como as obras No Urubuquaquá, no Pinhém e Noites do Sertão, inicialmente era parte integrante do livro Corpo de Baile, publicado em 1956.
Compõem a obra duas novelas: “Campo Geral” e “Uma Estória de Amor”.

CAMPO GERAL
Esta novela tem como personagem principal Miguilim, um garoto de oito anos que morava na mata do Mutum com a família.
Dos irmãos, Miguilim era o mais velho. Depois vinha Dito, irmão que tinha a maturidade de um adulto e fazia reflexões sobre as coisas da vida. Para tristeza de todos, acabou morrendo de tétano.
Tomé era o irmão caçula. Havia ainda as irmãs Drelina e Chica e Liovaldo, o mais velho, que morava com o tio Osmundo.
O pai de Miguilim era Nhô Bernardo Caz, que nutria grande ciúme pela esposa, devido à traição com o tio Terêz, que é expulso de casa.
Além de tio Terêz, a mãe tem um caso com Luisaltino, trabalhador da lavoura, assim como o pai. Este, louco de ciúme, mata Luisaltino e enforca-se. Posteriormente, tio Terêz casa-se com a mãe e volta a morar com a família.
Outra personagem que se destaca é a vovó Izidra, magra e que se irrita com tudo.
Miguilim preocupava-se com seu estado de saúde. Achava que ia morrer, pois estava muito magro.
No entanto, ele não morre, mas tem uma revelação que transforma sua vida. Um dia o doutor José Lourenço vem na Vereda do Tipã e põe óculos no menino, percebendo sua dificuldade para enxergar. Ele, então, passa a ver todas as coisas com mais nitidez e encontrar beleza no Mutum, em cada elemento da natureza, em cada pessoa. Descoberta sua miopia, Miguilim descobre-se a si mesmo e admira a grandeza do mundo e sua própria existência.

UMA ESTÓRIA DE AMOR
Novela narrada em terceira pessoa, Uma Estória de Amor tem como protagonista Manuel Jesus Rodrigues, o Manuelzão, administrador de fazenda de gado Samarra. Este velho vaqueiro vivia de um lugar para outro, conduzindo boiada, vindo a fixar-se num só lugar apenas no final da vida.
O personagem realiza uma festa de inauguração de uma capelinha construída a fim de homenagear sua mãe. São mostrados os preparativos, os sertanejos advindos de várias regiões, a chegada do padre e a festa.
A novela valoriza a tradição oral, misturando casos e questionamentos metafísicos, como a busca de Manuelzão pela razão de sua existência.
Várias histórias se intercalam, muitas delas remetendo ao folclore sertanejo.
Manuelzão, aos sessenta anos, vai em busca de seu filho, Adeiço, que se casara e vivia do trabalho na lavoura, ao lado de sua família, diferentemente do pai, mas de modo semelhante ao avô, para desgosto do primeiro.
No final da novela, Manuelzão está prestes a conduzir mais uma boiada, carregando consigo apenas as lembranças da festa e de suas próprias experiências.

In: Manual de literatura: literatura brasileira, literatura portuguesa. LEDO, Teresinha de Oliveira. São Paulo. DCL.2001.Pg.309-311.

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